quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Hoje é dia 20 de agosto, o que não faz mais tanto sentido no tempo/espaço que vivo. Os dias tem sido novamente arrastados pela ventania que me corta, mas não tenho mais 17 anos (quando meu tesao explodia pra fora do peito). Tenho me perdido em amores, buscas e beijos. Tantos são os abraços mal colocados que dei. A busca que comecei, hoje, se perde no vazio do centro da cidade.

São Paulo 14:45

Ontem tirei a carta do diabo no meu tarot. Senti que o destino me abraçava e gritava: cuida mais do que é teu, do que ninguém te tira. No meio da avenida, pensei que preciso encontrar algum jeito de beijar-me forte pra selar minha alma ao que costumava ser. A alma é feita do que? da poeira cosmica das coisas que nos sobram, dos restos dos caminhos de outras pessoas, das coisa que escrevem na gente, pra sempre. Senti seu beijo na minha nuca, mas não pedi de volta.

aliás,
sempre sinto seu perfume em outras pessoas na rua. Estranho porque é um cheiro que não reconheço de imeditado, ele desce pela narina e cai pesado no estomago feito algo dificil de digerir.

mas sabe do que mais, to escrevendo porque me deu uma vontade louca de esporrar minha poesia na sua cara, de cutucar de novo a ulcera dos dias que te levei engasgado na cabeça, penso que agora sou um grande órgão digestor, úmido e cansado.

mas eu sempre sobrevivo,

e o pobre diabo? me perguntaram
serviu pra me comer de volta e me digerir devagar.
depois me cagar:
novo e fresco




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

texto de fundo de gaveta


Havia tempos que eu não passava por aquela rua onde eu sempre desviava os pensamentos na volta da aula, no cigarro ao anoitecer, nas madrugadas embriagadas. Algo me chamava a sempre passar pela mesma calçada, independente do levar dos dias - Levava-os arrastados, enroscados na roupa, as vezes grudados na sola do sapato -

Me tentavam os detalhes que passavam por mim.
- cheiros, flores e outras falas -

Pensava se as plantas que moí na palma das mãos um dia me perdoariam -
Pensava também se as vidas, as avenidas, as travessas que se cruzam teriam algum sentido no fim da rua.

(- Se você sumir, vou até o inferno atrás de você.
A mulher sussurrou irritada ao telefone)

Os móveis no meio da rua me desviaram meu desvio de razão.

 - todo dia assassino a razão -
 gritou meu fone de ouvido.

 Caminhar e caminhar, sem pensar que é bom:
pensa no branco, no azul, no celeste, na porta da geladeira aberta, imagine pular do espaço de paraquedas e nem precisar de capacete -

- Que cê você ta pensando?
- Eu nada.
- Não existe pensar em nada. Que que cê tava pensando?
- Não sei. Tava pensando e esqueci que penso.

Olha, como ta difícil chegar ao fim da rua sem alguma coisa que surpreenda o caminho, ou mude completamente a direção, devo lembra-los que não existem histórias boas ou clichês demais.

eu sigo, eu persigo.
procuro meu abrigo
e quando eu cortar a avenida
rezo pra que toda essa vida

não seja espera perdida,
seja livre pra andar.







sexta-feira, 15 de junho de 2012



Corre pelo para peito
desenfreado

Desdobra as esquinas
desce
por
todos
os esgotos

A cinza espalhada
na placa de
"NÃO FUME"

Os olhos
refletidos no escuro

O desalento, castigo

A ameaça, abrigo.

Escrevo
vertical
mente
sub
tamente
pra não fazer
nada muito
t
o rto.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

"teu não parecer renovou minha crendice"



- ja tirei todas as palavras repetidas, os tons errados e notas falsas -

Toda essa contradição (que se diz inocente, sem dizer) foi excluída e retalhada, como as flores roxas do seu jardim ao fim do dia
(poucas, mas presentes)
O vento abriu a janela da cozinha e espalhou todo nosso feito, pó

- Fecha isso, antes que entre pelos nossos olhos
- Deixa ela com a suas consequências mal admitidas, coitada, vive só
- Só? Com tamanha imensidão na pele? Ela vive no amanhecer mais bonito, no primeiro canto do galo

Outra flecha entrou dançando pela janela, quase que derruba uma xícara:

- Esse fluxo me desconcentra
- Esquece dele, que ele ta só de passagem





sobre a dor
dos dias nublados

e a alma a flor da pele
de punhos cerrados
e as ogivas internas que ousariam eclodir
se o frio, fora, nao ousasse ser maior.

de braços dados e o resto que se pode ouvir
como se a gente fosse
mas um espinho, um estrago

um rasgo
ou, quem sabe um traço

um rabisco quebrado

construído pela destreza dos cansados

no mel do olhar

como se o nada fizesse sentido
como se as estrelas me dessem um abrigo

o coração saborea-se o nuance do perigo.

e nesse imenso eco,
mas longe do que puderas ir
sinto como as violetas, que explodem ao nascer e sorriem pra vida
que ousara esvanecer
quando, a espreita de um sorriso amarelo
esperam amanhecer

quarta-feira, 16 de maio de 2012



"Do meu profundo desagrado
E em todo esse imenso

Dos dias perdidos
E as noites mal cantadas

Esqueço do tempo
Pra que o peito, tão cheio
volte a operar"

no fim,
mistura toda a funcionalidade
e condena qualquer habilidade

ele precisa descansar

ele precisa se salvar

dos abrigos velhos
dos cegos e surdos
aleijados e mal comidos

antes que seja fadado
a se calar




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

no alarms, no suprises

Gente passa, pisa, se vai
Facil como fechar os olhos, adormecer.

Gente vibra, castiga, se atrai
Assim como algo frio na cabeça, só por um instante.

E nesse ciclo de desencontros, em todas as estações e pontos de chegada, agente esquece que partir é como chegar, só muda a ordem cronológica.

O relógio não para, mas o trem as vezes sai do trilho, voa.

Vamos atras de um novo, esquentar a poltrona pra ter uma boa viagem.

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